17 de set. de 2010

VIGÉSIMO DIA - 17/09






O panorama mudou. Pelo menos com relação à estrada. Desta vez pegamos uma BR, a 316, com acostamento, tornando o passeio mais seguro. Tínhamos a expectativa de um dia diferente, porque transporíamos a última barreira: o Estado do Pará. Pela primeira vez os três iriam pedalar na região norte do país.

Saímos um pouco tarde do Hotel, por volta das 08h00, pois o café era servido mais tarde e também porque sabíamos que o dia seria um pouco mais tranqüilo com relação à pedalada. O dito cujo candidato pela “trocentésima” vez à Deputado Estadual pelo Maranhão, que discursou na noite anterior, estava presente durante o café. Também estava hospedado lá. Um assessor seu escutava o jornal da manhã na TV, e fazia comentários idiotas sobre o valor roubado por políticos do Amapá: “Os cara não são fraco não. Não querem migalhinhas não, já roubaram milhões...” (sic).

A paisagem é que não mudou. Infelizmente não havia muita coisa para ver. Este trecho da aventura não passa por lugares turísticos, apenas por pequenas cidades e povoados, geralmente muito pobres.

Para o almoço, pensamos em fazê-lo à beira do rio Gurupi, justamente na divisa do Maranhão com o Pará, porém descobrimos que não havia restaurante ou lanchonete no local, então almoçamos por quilo, em uma parada de ônibus, junto a um posto de gasolina, tipo Rudinick ou Sinuelo, talvez um pouco mais simples.

Energias repostas e seguimos para o rio. Era um fato novo e importante, daí a necessidade de filmagem e fotos para a posteridade. Descemos até a sua margem direita, ainda no Maranhão. Dava para ver do outro lado, o estado do Pará, e o povoado de Alto Bonito. Alguns pequenos barcos de pescadores estavam atracados na outra margem. Soubemos que não vão muito longe, e sim a pequenas vilas de pescadores no interior.

Tomamos um revigorante banho de rio, na companhia de jovens locais, como o Alessandro, a Adriele e a Vanessa. Eles brincavam juntos no rio há algum tempo, e ficaram curiosos com a nossa presença. Contamos parte da nossa história e eles, por outro lado, contaram algumas deles, como o fato de ter piranha no rio. O quê? Sai, sai, sai... hehehehehe.

Passamos para o Pará. O CEPIMAPÁ estava se completando. Não foi muito difícil chegar a Cachoeira do Piriá, a não ser pelo fato da cidade ficar no topo de um morro, numa região totalmente plana, o único encontrado nos últimos dois dias. Construíram a cidade justamente lá. Por quê? Só para cicloturistas sofrerem no final do dia? Ô subidinha chata. Foram “apenas” 95 km pedalados sob um sol escaldante.

Cachoeira do Piriá tem como forte, em sua economia, a extração de ouro em garimpos, e por isso mesmo alguns moradores falaram que há um grau de violência maior, resultando em muitas mortes.

Não houve sessão de “lavabikes” novamente.

A Carmo ainda está agüentando o tranco. Fica muito cansada ao final do dia, mas não tem reclamado do ritmo puxado.

O Sergio pedala tranqüilo, no ritmo da Carmo, e às vezes até a ajuda com umas empurradinhas para aliviar pro lado dela.

O Elídio esteve sempre presente com os dois. Continua forte. O pessoal de terça que se cuide, porque com essa quilometragem toda, ele vai querer fazer 100 km por noite e não os 40, 50 que vem fazendo...

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