17 de set. de 2010

DÉCIMO NONO DIA - 16/09






Sabendo que se tratava de um trecho longo, porém de terreno plano, procuramos dormir um pouco mais, descansando o corpo e a alma, e também tomar um verdadeiro café da manhã, acordando apenas às 06h00. O Elídio reclamou de barulhos durante a noite, que pareciam de ratos no teto. Ainda de madrugada foi surpreendido pelo telefone da portaria, de som estridente e que não parava de chamar. Lá pelas tantas resolveu se levantar e tirar o fone do gancho, porque não havia ninguém na portaria. Depois das sete já estávamos de saída. Realmente era tudo plano, e apenas na saída o visual era parecido com a chegada do dia anterior.

Como o sol estava mais alto, fomos obrigados a parar mais vezes para hidratação. E lá foi a Carmo de novo no banheiro. Estávamos em Turilândia, cidade que é dividida com Santa Helena pelo rio Turiaçú, e a senhora responde: - tenho que prender o cachorro lá atrás e depois você faz onde quiser. Entenderam? Precisamos desenhar? Hehehehe. Acabou indo numa lojinha que ficava em frente ao pequeno mercado onde estávamos. Só conseguiu num outro comércio.

Paramos para almoçar depois de 63 km pedalados, na entrada para a cidade de Turiaçú, onde fica o povoado de Bacabeira. Lá existe uma churrascaria, a do “Catarino”. Tem esse apelido porque é catarinense de Lages. O sujeito é uma figura. No começo estava atarefado com o movimento do comércio, mas depois, enquanto descansávamos, pegou sua cervejinha e veio conversar. “Reclamou” da nossa viagem, e com muito bom humor disse que nós éramos uns fracos, que devíamos pedalar desde Curitiba, e não ficar com “frescuras” de pegar avião... – A aventura de vocês não vale nada; não fizeram nada até aqui. Disse ele (risos). Achou que nossa bagagem era pouca, e pediu para nós levarmos até a próxima cidade, alguns sacos de farinha...

Legal era o galo de nome “gaúcho” que ele tem. Parece um pavão, e deve ter esse nome por causa da “bombacha de penas”. O Catarino cria gado e porco light. Até mostrou um grande boi que seguia solto pela estrada. Disse que aquele iria ser abatido amanhã, para servir no seu restaurante. Será verdade? De qualquer forma o Sergio gritou para o boi fugir, mas não sabemos se deu certo...

Tínhamos mais quilômetros pela frente, e novamente partimos às 15h00. Não houve grandes dificuldades para terminar o percurso. Só demos uma paradinha a 18 km do fim, numa comunidade, para hidratação, e viramos atração local, com muita gente a nos observar e fazer perguntas. Ressalte-se a precariedade da estrada nesse último trecho. Sem acostamento. Muitos buracos na pista faziam com que carros e caminhões se movimentassem como num balé. Por sorte a estrada era de pouco tráfego. Não corremos qualquer risco.

Chegamos a Governador Nunes Freire quase junto com o pôr do sol, e, infelizmente, junto com uma carreata em favor de algum candidato nas próximas eleições, com direito a muitos fogos de artifício e carro de som muito alto. Procuramos uma pousada e tomamos um bom e merecido banho. Aguentamos por muito tempo a falação, até pegar no sono. O Elídio chegou a deixar seu quarto e foi caminhar pela cidade, que na verdade faz parte da BR 316, ver o movimento, e nós achamos que ele foi mesmo é gritar o nome do candidato a Deputado Estadual, com bandeirinha e tudo, hehe.

Pedalamos 111 km neste dia. É de se observar que o Elídio não “engatou a quinta” até agora. Vem mantendo uma distância regular para o Sergio e a Carmo, mas na maior parte do tempo anda junto. Quando sai do visual, pára, espera e só depois segue. Exemplar companheirismo!

As bikes vem aguentando bem. Não foram lavadas até agora, sendo que a revisão em São Luis foi fundamental para estarmos tranquilos.

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