Paisagem bucólica na região do delta do Parnaíba
Mais um pôr do sol, desta vez nas dunas de Paulino Neves
Acordamos as 04h30, para ajeitar as tralhas e tomar café. Nosso programa para o dia consistiu em pedalar 15 km até o porto dos Tatus, região do delta do Parnaíba. O vento a favor facilitou desta vez o percurso em rodovia asfaltada, bastante movimentada, sem acostamento, e exigindo cuidado constante com os veículos que circulavam em ambos os sentidos. Vale citar a cena do Sergio e Elídio, que estavam no pelotão da frente, e de repente começaram a gesticular freneticamente para um ônibus que iniciava uma ultrapassagem no sentido contrário. Felizmente, o motorista recuou e passamos sem problemas.
Chegamos ao porto dos Tatus bem no horário, e o barqueiro já nos aguardava. Iniciamos o embarque das bicicletas, com o arquiteto Elídio assumindo a gestão e execução do processo de amarração das mesmas na cobertura do barco. Porém, seu “projeto arquitetônico” teve que ser alterado, pois não ia bem. Um “bando de palpiteiros” que estava brincando e dançando no cais, começou a botar reparo e dizer que as bikes iriam cair. Além disso, arrumamos os alforjes e isopores com gelo para água e bebidas. Tudo pronto, navegamos em direção a ponta da Ilha das Canárias, onde haveria uma parada para banho, subir numa duna e apreciar a vista maravilhosa da região.
O delta do Parnaíba é um dos três maiores deltas do mundo, o único em mar aberto, composto por dezenas de ilhas e igarapés, com uma fauna e flora invejáveis. Vimos um guaxinim que nos olhou assustado, além de um pássaro todo azulado, com pernas finas e compridas, bastante diferente.
A viagem prosseguiu por mais 4,5 horas no rumo de Tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu-tóia, entremeada por diversos cochilos dos aventureiros devidamente fotografados e momentos de saborear o lanche antes preparado.
De longe avistamos Tutóia, com a ilha do Cajú mais à direita. Apesar de parecer perto, demoramos ainda muito tempo para atracar no seu pequeno porto. Por volta das 14h30 começamos o desembarque.
Rapidamente, enquanto o grupo arrumava as bikes e os alforjes, o Sergio foi atrás de transporte para a cidade de Paulino Neves, onde seria nosso pernoite, orientando a todos que aguardassem na sombra da praça principal. Conseguimos o transporte para as bikes num caminhão Toyota 4x4 com carroceria aberta, e para os aventureiros foi arranjado outro veículo, aqui denominado “pau-de-arara”. Isso implicou em aumento de custos, pois esperávamos conseguir transportar tudo num veículo só.
Mas outras surpresas ainda estavam por vir. Enquanto o Sergio e Elídio iam levando as bikes, o “pau-de-arara” parou na frente de um supermercado por quase uma hora, esperando mais passageiros e aguardando uma senhora que ainda fazia compras. Isso é muito comum aqui na região. Além da espera naquele sol, tínhamos a companhia de carros de som, dos comitês políticos, que aqui é liberado.
Deixamos Tutóia sem muitas saudades. No bairro chamado Comum, viramos à direita na estrada recém asfaltada que segue até Paulino Neves. Antigamente esse trecho era impraticável para outros veículos que não fossem 4 x 4. Hoje existe linha de ônibus, sendo mais uma alternativa para os moradores locais. Chegamos a Paulino Neves quase noite, na Pousada da Mazé, onde fomos bem recebidos e instalados. Foi o local mais barato da viagem. Tal local foi indicado pelo Genário, o verdadeiro guia dos Lençóis, conhecido do Sergio de outras passagens pela região.
A seguir, fomos ver mais um por do sol nas dunas dos Pequenos Lençóis, desta vez em Paulino Neves e conhecer nosso caminho penoso do dia seguinte. Voltamos já era noite e fomos tomar banho. O jantar seria num restaurante do outro lado da rua. Foi uma refeição deliciosa, com camarão, frango e carne de sol, com salada, arroz e feijão. Todos mataram as saudades da comida de casa.
rapaz, teu guia não brinca em serviço e por isso estou voltando pra região..é meu torrão, tá no meu coração. quase a gente se esbarra na trilha, passsei aí dia 10.09 quendo dormi na mazé. Tõ indo pra Bolivia hoje fechar minha conta lá e em 2011 de volta ao nordeste. abraços e boas pedaladas.
ResponderExcluir