DÉCIMO QUARTO DIA - 11/09

"Eu só queria um x-burger sem hamburger, sem presunto, sem alface, sem tomate, sem...

Pracinha central de Icatu

Chegando em Icatu, eram só 10 km, mas o mapa não mostrava as lombas...

"Cuidar dessas crianças dá um sono na gente...."

Jacuzzi natural na Pousada Pedras Grandes, depois de 110km de asfalto escaldante

Operação porrada na blocagem da bike do Elídio

Moradia convertida de taipa para tijolos, mas mantendo o telhado de sapé

Embarcando de volta para Sangue

Acordamos às 3h, arrumamos as tralhas nos alforjes, tomamos café da madrugada e pontualmente às 4h o Sabiá passou nos pegar. Seriam 2 horas de viagem de volta até Sangue, na MA-402. No embarque na traseira do Toyota, o Eliseu talvez ainda dormindo, ou até pela escuridão que estava na rua, ao subir na traseira deu uma cabeçada forte na cobertura metálica. Deve ter visto estrelas e passarinhos voando....

A viagem seguiu normalmente, com os mesmos trancos e barrancos da vinda, adicionados com um bocado de frio da madrugada, cochilos perigosos, pois havia o risco de cair da carroceria. Então vínhamos conversando e fazendo piadas para não dormir. Chegamos a Sangue depois das 6h30 e imediatamente fomos buscar as bikes. Tudo pronto e ajustado, partimos rumo a Morros, 110km adiante, onde estava planejado almoçarmos à beira de um rio.

A pedalada não propriamente tranqüila, pois tivemos extensas e cansativas retas, debaixo de um sol escaldante, que mesmo sendo cedo, já provocava desconforto para muitos de nós. A situação agravou-se ainda mais, quando tivemos uma parada para conserto do pneu dianteiro da bike do Elídio, que em função da oxidação da blocagem, não foi fácil retirar a roda para troca da câmera de ar. Graças ao esforço do Mauro e do Eliseu, somados ao WD40 fornecido pela Fabi, conseguiram retirar a peça por meios nada ortodoxos ( na porrada!!! ).

Assim o Sol “pegou” ainda mais forte, obrigando a várias paradas para hidratação, chegando à pousada Pedra Grande por volta de 14h. Ali foi possível relaxar e almoçar com tranqüilidade, pois todos já estavam na “capa da gaita”.

Com o estômago cheio, o cérebro funcionava melhor, desta maneira revimos nosso planejamento, seguindo a sugestão da Fabi e prontamente aceita pelo Sergio, que numa jornada anterior chegou a cogitar a possibilidade, todos aceitaram seguir até Icatu, localidade situada na margem direita da baía de São José, que banha a capital São Luiz. Nesse caso, deixaríamos o projeto original de seguir até Rosário por estrada asfaltada e altamente perigosa para ciclistas.

Assim, deixamos o restaurante por volta das 16h, com o sol já mais ameno, porém veio outra surpresa: as subidas constantes no curto trajeto de 11km até Icatu. Chegamos lá pelas 17h30 e o suspense só aumentava por conta da incerteza sobre a existência de travessia marítima até São Jose do Ribamar. Em conversa com pescadores locais, chegamos até o Totó, pescador que se prontificou a nos levar no dia seguinte. Daí outro problema: onde dormir. Icatu é a 2ª.cidade mais antiga do Maranhão, e viveu um passado mais glorioso quando não haviam estradas pavimentadas. Hoje é um povoado pobre, com problemas de saneamento básico, urbanização e um cais com pouca estrutura para a pesca, principal atividade econômica da região.

No único hotel da cidade, o São Lucas, cuja placa mal dava para ver o nome, foi o local encontrado para passarmos a noite. Com todos acomodados fomos lanchar na pracinha central. Foi engraçado, pois o garçom não conseguia entender o pedido da Sandra, aliás, nem nós: Ela queria um X-burger sem hambúrguer, ovo separado com tomate e queijo quente. Tempos depois o sujeito trouxe um pratinho com um ovo e uma folha de alface......huahauhauhuahuahua. Nunca rimos tanto como nesse momento. Só a Sandra para aprontar dessas. Quem conhece a figura sabe do que estamos falando.