15 de set. de 2010

DÉCIMO SÉTIMO DIA - 14/09











O clima era de despedida na frente do Hotel onde ficamos hospedados em São Luis, na parte histórica da cidade. O grupo estava se desfazendo naquele momento. As meninas Fabi, Sandra e Andréa, assim como os meninos Eliseu e Mauro, deixariam o CEPIMAPA neste dia. O Rubens embarcaria na madrugada do dia seguinte, e o João Pedro na outra madrugada. Missão bem cumprida por todos que fizeram o CEPIMA. Foram momentos importantes na vida de cada um de nós. Os laços de amizade se fortaleceram. Foi possível conhecer ou rever lugares incríveis; pedalar por praias paradisíacas desse nosso lindo país. Já estamos todos com saudades. Oportunamente talvez possamos traduzir melhor esse nosso sentimento.

Agora cabe ao Sergio, a Carmo e ao Elídio a continuação do projeto. Como os vôos eram mais tarde, foi possível acompanhá-los até o pequeno porto onde saem barcas para Alcântara. Fotos, filmes e despedidas emocionadas e lá foram eles mar adentro.

A barca, com capacidade para mais de 100 pessoas, joga um pouco quando chega ao canal, mas não demora muito e atraca em Alcântara. Logo estávamos empurrando nossas bicicletas morro acima, até a parte mais alta da cidade (cerca de 20 m do nível do mar), onde fica o centro histórico. Encontramos uma pousada, discutimos um melhor preço e nos acomodamos. Mesmo com o sol a pino procuramos conhecer os principais pontos da cidade mais antiga do Maranhão (há controvérsias...), com a ajuda do Marcos Vinícius, um garoto de 16 anos, estudante que faz as vezes de guia, orientado pelo IPHAN.

Alcântara é famosa por sua história e também por abrigar o CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), que pertence à Aeronáutica, e é responsável pelos projetos brasileiros de lançamentos de foguetes para colocar satélites de diversas funções, em órbita da Terra. Em 2003 foi notícia de um incêndio numa plataforma de lançamento e que provocou a morte de 21 pessoas, todas civis, engenheiros que estavam no seu interior. Hoje há um projeto, em convênio com a Ucrânia, para nos próximos anos, voltar a fazer lançamentos de propulsores com objetivo de colocar satélites em órbita.

Com relação à história, sabe-se que Alcântara foi fundada em dezembro de 1648, e se chamava Arraial de Tapuitapera. Lá viviam índios tupinambás, provavelmente da ordem dos tapuias. Tudo isso, inclusive a história dos Barões que dominavam a região, com as riquezas vindas do cultivo de arroz e algodão, seus escravos, que deixaram herdeiros na cidade, as igrejas, dos brancos e dos negros, pode ser conhecido mais profundamente em rápidas pesquisas em livros ou pela web, ou até mesmo visitando-a. Preferimos a história recente, e nesse ponto citamos novamente o Marcos Vinícius.

O garoto, de origem negra e humilde, quer ser jogador de futebol. É filho de Dona Genilsa e neto de Dona “Filhinha”, como é carinhosamente chamada. Conhecemos as duas, que estavam sentadas nos degraus da entrada de sua casa, sem eira nem beira. É, a maior parte dos sete mil habitantes da cidade vivem em condições singelas. Parece que ainda vemos os “barões” desfilando por lá... Bem, o Marcus Vinícius, simpático, com seu belo sorriso que mostrava os branquíssimos e perfeitos dentes, se diz “ponta direita”, “joga bem” e se espelha no Ramires, hoje jogador da seleção brasileira, muito embora reconheça que ele é “volante”.

Durante o passeio pela cidade, observamos o quanto ele é querido por todos. Pedia “a benção” para alguns e saudava os mais jovens com alegria. Mais tarde conhecemos o seu “mentor”, o missionário Silvino, gente boa que está levando “luz” ao povo e às pessoas como o Marcus Vinícius. Há muito ele não conseguia jogar bola, pois não tinha chuteiras. Já de noite, quando retornávamos do lanche, ele se encontrava na frente da pousada, e, mais sorridente ainda, disse ter jogado bola de tarde com seu novo par de chuteiras, que finalmente neste dia conseguiu comprar, talvez até com os trocados que demos a ele pelo serviço de guia e algumas economias. Agora, quem sabe, ele possa realizar seu grande sonho: jogar por um time da capital maranhense, ou até mesmo chegar à seleção como seu ídolo.
Nada de pedaladas por enquanto...

4 comentários:

  1. Olá!
    Ontem vi no Lavailama que a Sandra tá de volta e.....
    Bem legal esse último post, se eu tivesse aí como bom amante do futebol e atleticano tinha comprado uma chuteira para o rapaz (guia?!) e feito um marketing do Furacão da Baixada claro. O artilheiro e campeão brasileiro do Atlético de 2001 foi o Kleber de São Luiz.
    Parabéns a todos pela primeira fase e viva o 3G da Fabi.

    Abraços

    penhascoaventura.blogspot.com

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  2. Sergio e Carmo: estão cuidando bem do Elídio agora que só restou um filho? kkk

    Aguardamos notícias.

    Abraços e boa diversão!

    Mauro

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  3. Olá turma da Fase I. Estamos bem. Uma "criança" só para cuidar fica bem mais fácil (hehehehe).
    Estamos pedalando muito e vendo pouca coisa de interessante, mas temos que ser fortes até chegar na praia de novo (Salinas - Atalaia-PA).
    Estamos com saudades do povo...
    Para o pessoal que nos acompanha, um abração a todos e continuem lendo os relatos. Espero que estejam gostando. Desculpem por não responder individualmente a todos.
    Sergio Riekes (de Cachoeira do Piriá-PA)

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  4. Olá Sergio, Carmo e Elídio:

    Agora que você "mandou" a gurizada embora e ficou só com o "mais velho", imagino que tudo ficou mais fácil mesmo......huahuhauhua, brincadeira. Espero que vocês estejam curtindo bastante a viagem e gostando das alterações no blog. Mandem notícias sempre. Abs e bom final de semana, pedalando de verdade nesse calorzão.

    Eliseu

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