17 de set. de 2010

DÉCIMO OITAVO DIA - 15/09





Deixamos a pousada Mordomo Rêgo bem cedo, pouco depois das cinco da manhã. Na noite anterior compramos pão, queijo e presunto, sucos e achocolatados e fizemos nosso próprio “café da manhã”. Vale ressaltar que a pousada pertence, ou pertenceu, à Academia Maranhense de Letras, sendo que cada quarto recebia o nome de um imortal. O prédio é antigo e foi reformado apenas com essa finalidade.

O sol ainda não havia apontado no horizonte e já estávamos na estrada. Se é que dava para chamar como tal. Os primeiros 35 km foram de pouco asfalto, muito sobe e desce, trechos em reparo, lama, muita lama, desvio e com isso de pouco rendimento. Foi muito bom sairmos cedo.

Paramos para hidratação, e o curioso foi a Carmo e seus banheiros, pois pediu ao proprietário da vendinha para fazer uso e, como resposta, foi encaminhada pela esposa dele até um reservado. Lá havia apenas um piso, liso e sem qualquer buraco. Surpresa, a Carmo perguntou se era ali mesmo, e a senhora perguntou: número 1 ou 2?. Como era o número 1, poderia ser ali mesmo; agora, se fosse o 2, teria que ir a outro lugar (?!). Depois de fazer suas necessidades, foi preciso pegar uma canequinha com água e espalhar pelo piso...

Já o segundo trecho, mais plano, e com asfalto, rendeu bem. É preciso salientar que a paisagem mudou muito em relação aos dias anteriores da aventura. Os morros não tinham muita graça, e quando chegamos à área mais plana também não havia muita coisa a apreciar, infelizmente.

Paramos para almoçar no trevo de acesso à cidade de Bequimão, depois de 67 km rodados. Passava das 10h30 e o sol já mostrava o seu poder. Tomamos diversos banhos de chuveiro, num prédio recém construído e meio abandonado, indicado pelo dono do pequeno comércio onde almoçamos, sempre com o olhar curioso do pessoal que passava por ali.

Deixamos o local de almoço somente às 15h00, quando o sol já estava baixando. Por volta de 45 km depois chegávamos a Pinheiro. Na entrada da cidade ficamos surpresos pela paisagem. Aí sim vimos muita beleza. As margens do rio Pericumã, próximo à cidade, ficam em terras baixas, e costumam alagar no “inverno”. Mesmo sem chuvas, hoje está com bastante água, formando um ecossistema parecido, guardadas as devidas proporções, com o Pantanal. Aves voavam em bando procurando seu lugar de repouso. Os campos verdes, coisas que não víamos antes, já abrigavam alguns gados nelores. Noutro ponto, muitos bubalinos.

Pouco antes de entrar na cidade, passamos por um povoado, de nome Curitiba de Palmeirândia. Veio a saudade de casa. Lugar Curitiba, perto de Pinheiro. Tudo a ver! Paramos para comprar água numa venda, e conversamos com a família “curitibana” do Carlos. Descobrimos que eles têm conhecimento sobre a capital do Paraná, inclusive ele mesmo sabe que é uma cidade modelo e diz ter uma simpatia pelo Atlético Paranaense. Através dele conhecemos a diversidade de frutos da região, como o babaçu, tanja, bacuri, jambo (comemos a fruta geladinha servida pelo Carlos, é vermelha como a ameixa nossa do sul, e de um sumo muito branco e gostoso por dentro), tamarindo, entre outras.

Perto de 5 km adiante e já estávamos em Pinheiro. O nome da cidade não tem nada de comum com nossas araucárias do sul, e sim mais provavelmente com o sobrenome de algum colonizador. A cidade é berço do Presidente Sarney. Pelo que soubemos apenas nasceu lá, foi criado e nunca mais voltou. A região é pobre e com as pessoas que conversamos, não sentimos que gostam muito dele.

Procuramos um lugar para dormir, e a “Karmo” pensou que estava em “casa”, pois o hotel era o “El Shadai”. Chegamos ao oriente? Hahahahaha.

Pedalamos nesse dia, e muito: 112 Km

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