PRIMEIRO DIA - 29/08

As dificuldades continuam.....mas as belezas compensam

Taíba

Início das dificuldades...

"Karmo Mohamed Kalled" - "mulher bomba"

Cumbuco - A estréia na areia

Cumbuco

Barra do Rio Ceará - saída de Fortaleza

Deixamos a pousada em Fortaleza logo cedo. A ansiedade era grande. O objetivo do dia era chegar a Lagoinha, uma das tantas praias maravilhosas do Ceará, a mais de 100 km da partida.

No primeiro trecho, até Cumbuco, pedalamos por ruas da cidade e estrada, transpondo o rio Ceará, deixando para trás a paisagem de concreto urbana.

A primeira parada em Cumbuco serviu para reunir o grupo e fazer ajustes nas bikes, principalmente os alforjes, já que a maioria estava usando esse tipo de equipamento pela primeira vez.

Após isso estreamos as bikes na areia, pedalando em direção a Pecém, principal porto do estado do Ceará. No percurso fizemos uma parada na Lagoa de Cauípe, que por ser um domingo, estava bem movimentada, e num dos bares fomos repor nossas energias e hidratar.

O dia estava com um sol maravilhoso, como é comum aqui no Nordeste, e os ventos alísios sopravam na direção oeste, a nosso favor, como já era previsto.

A paisagem bonita da região acompanhou nosso passeio, e testemunhou diversas trapalhadas de alguns de nossos aventureiros, que, traídos pela mudança repentina do tipo de areia, que passava da mais dura para uma extremamente fofa, foram levados ao chão por diversas vezes, travados pelos pés no clips, tudo sem maiores consequências, a não ser ouvir gozações dos parceiros de viagem.

A Carmo, para se proteger do sol, enrolou em seu rosto uma toalha feita de fralda de nenê, e num determinado ponto, quando parou sua Giant para pequeno descanso, foi confundida talvez com uma terrorista árabe, uma “mulher bomba”, quem sabe, porque assustou um morador local, que sequer percebeu que ela era brasileira. Em outra situação cômica, a pessoa se dirigiu a ela e perguntou: Where are you from? Ela, dando risada, e abrindo parte de sua “burca”, disse – eu sou daqui mesmo, sou brasileira...

Como é natural num grupo de pedalada heterogêneo, o ritmo é diferente para cada um. Em Taíba, alguns pararam para se hidratar e apreciar a linda paisagem. Assim, parte chegou antes para o almoço em Paracuru, depois de pedalar por mais de 78 km. Após recuperar a energia, os primeiros se ajeitaram para seguir adiante até Lagoinha, por mais 26 km, sabendo que, pelas condições da estrada, porque pela praia não haveria mais tempo por causa da maré, teriam que enfrentar o breu da noite.

O Sergio, preocupado com a demora da Fabi e da Carmo, preferiu aguardá-las no restaurante, onde providenciou um transporte para resgatá-las no caminho, pois a Fabi sofria com problemas nos pneus de sua Giant, o que provocou a demora. Elas estavam num bar muito movimentado, e freqüentado principalmente por praticantes de kite surf.

Como escurece cedo, o Sergio procurou ajuda local para conseguir transporte para os três até Lagoinha, encontrando uma pick up Montana. Surpreso, chegou à Pousada Sol Poente antes do resto do grupo.

Na verdade o grupo maior, que saiu mais cedo de Paracuru, enfrentou algumas dificuldades, não só pelo fato de ter anoitecido, mas também por dois pneus furados da Scott do Rubens, o calçamento de pedra em algumas partes, e pelo desencontro com o Elídio, que tinha entendido um caminho errado, e literalmente se perdeu. Cabe ressaltar, que o Rubens era o único, além do Sergio, que conhecia o caminho.

Soube-se mais tarde, não havendo registros fotográficos do acontecido, que o Elídio descolou uma carona de moto. É isto mesmo que aconteceu. Imaginem a cena inusitada: o Elidio na garupa de uma moto CG 125, carregando uma bicicleta Alfamec com três alforjes, num total de 30 kilos, completamente mal distribuídos. Num determinado ponto, segundo o autor da façanha, o condutor da moto parou e eles se “organizaram”, passando os alforjes para o guidão da moto, e o Elídio ficou “só” com a bicicleta. Como foi relatado, o motoqueiro, por já estar em estrada asfaltada, aumentou a velocidade do veículo, deixando o Elídio um tanto preocupado, porque pensou que sua bicicleta iria voar. Detalhe: O Elídio usava capacete...

Os demais chegaram por volta das 20h00, e todos foram saborear alguns quitutes locais na lanchonete da Marinete, na praça central de Lagoinha.